Falando mais um pouco sobre agricultura brasileira

Hoje não tive aula de mecanização, por isso fiquei em casa curtindo o frio de dez graus que está fazendo hoje. Resolvi estudar um pouco, mas antes dei uma checada nos meus emails e tive uma boa surpresa, recebi o link de uma reportagem do jornal Brasil de Fato intitulada "Produção orgânica se viabiliza como garantia de soberania alimentar" do Eduardo Tavares.
O texto traz exemplos de agricultores que trabalham com a produção orgânica entremeados com uma critica ao modelo atual. 
A crítica aos agrotóxicos foi bastante enfatizada, Eduardo Tavares foi além do que foi dito no programa globo repórter da semana passada (eu fiz um texto sobre ele aqui) ele fez uma dura critica as grandes empresas que dominam não só o mercado de agrotóxicos (agroquímicos, defensivos agrícolas, como preferirem), mas também dominam o mercado de sementes. 
"O agricultor é obrigado a comprar o pacote semente/agrotóxico da mesma empresa e não pode ter suas próprias sementes. A legislação brasileira ainda permite a pulverização aérea e a venda de agrotóxicos já proibidos nos Estados Unidos e União Européia, e oferece incentivos fiscais aos fabricantes. Um exemplo do que o controle do mercado é capaz: a Monsanto repentinamente, quintuplicou o preço da semente resistente ao agrotóxico glifosato. [...] Agricultores gaúchos que sempre foram favoráveis à difusão da soja transgênica resistente ao glifosato se revoltam e foram à Justiça contra o pagamento desses royalties. 
No texto o autor cita que esse modelo polui o solo, mananciais de água, lençol freático e o ar. Já em relação aos agricultores, estes padecem de intoxicação aguda, coceiras, dificuldades respiratórias, depressão, convulsões entre outros males que podem levar à morte, esses efeitos são vistos principalmente com agricultores que não usam EPI (equipamento de segurança individual) ao fazer aplicação dos agrotóxicos. Os consumidores podem ter intoxicação crônica (que leva vários anos pra se manifestar), que resultam em infertilidade, impotência, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer. 
Claro que depois de tantas criticas e noticias negativas o autor traz alguns exemplos que ele chama de solução. Segundo o autor a alternativa para esse panorama é o fortalecimento da agricultura familiar e do cultivo sustentável. 
"Vilmar Menegat não tem filhos. Mas se vê como "pai" de uma família numerosa de sementes nativas. São mais de 60 diferentes "filhotes" conservados com carinho em potes de vidro reciclados. Milho, feijão, trigo sarraceno, soja preta, chia são alguns dos nomes dessas crioulas – vistas pelo agricultor como sementes da preservação da biodiversidade do planeta. Vilmar, 42 anos, vive com os pais, descendentes de italianos, em um sítio de 50 hectares no interior de Ipê, município localizado na serra gaúcha, autointitulado "Capital Nacional da Agroecologia". A principal cooperativa da cidade, Eco Nativa, tem 67 produtores orgânicos associados que vendem diretamente em feiras de Porto Alegre e Caxias do Sul – o excedente vai para os supermercados. Ipê e a cidade vizinha Antônio Prado foram pioneiras da produção de alimentos orgânicos no Brasil. Toda semana levam quatro caminhões carregados às feiras de Porto Alegre. Normalmente retornam vazios."
Pra quem quiser ler a matéria completa clique aqui!
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Referencias
Brasil de Fato - Produção orgânica se viabiliza como garantia de soberania alimentar

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