Especial Seja o Mestre da Sua Cerveja - História da cerveja

Trata-se da mais velha bebida do mundo! Primeira bebida fermentada consumida pela humanidade. A história da cerveja ainda é cercada de mistérios e inúmeras versões! Foi ao acaso? Foi graças a observação do homem? O que se sabe é que a descoberta da cerveja se deve a sedentarização das populações nômades da Mesopotâmia (atual Iraque antigamente chamado de crescente fértil) ligada diretamente aos primeiros cultivos de cereais. Quando o homem começou a cultivar e colher os cereais, a lhes molhar depois ferver.. foi o resultado dessas fervuras, sopas de cereais esquecidas e fermentadas por falta de atenção ao ar livre que deram origem as primeiras cervejas.

Mesopotâmios - Museu du Louvre

Na Mesopotâmia placas de argila testemunham a presença de uma bebida fermentada a base de grãos, o Siraku (Pão liquido).

Além da Mesopotâmia existem evidencias que a cerveja tenha aparecido em diversas nações da antiguidade. Na China por exemplo, existem registros que datam de 7000 a.c. A cerveja dos chineses era feita de arroz, mel e frutas. Essa cerveja tinha um papel social, religioso e terapêutico na sociedade chinesa da época (dinastia Chang).

Já os registros do Egito sobre a cerveja datam de  3500 a.c. Considerada bebida nacional no Egito antigo, a cerveja era bebida em todas as circunstancias: nos campos, nos barcos, em recepções e nos cabarés das cidades. Para os egípcios a cerveja era de origem divina. Segundo a lenda, o deus Osíris esqueceu ao sol uma decocção de cevada misturada com água sagrada do Nilo, criando assim o vinho de cevada. A cerveja era preparada pelas mulheres.  

 Os egípcios eram cervejeiros respeitados na bacia do mediterrâneo e produziam diferentes tipos de cerveja. As mais claras eram destinadas as populações mais pobres, como bebida básica, destina aos trabalhadores como alimento, mas também como salário. As cervejas mais espessa, com gengibre adoçada com mel, era reservada a alta sociedade. A cerveja era usada como oferenda e moeda de troca para os Faraós do Egito.
Os gregos e romanos associavam a cerveja (vinho de cevada) aos povos bárbaros. Para eles, os povos civilizados bebiam vinho. Entretanto foram os gregos graças ao seu senso de comércio que levaram a cerveja até a Espanha, Gaule (Atual França) e Alemanha. Atenienses, Romanos, Vikings, Celtas, Gauleses todos apreciavam a cerveja. Bebida festiva, oferenda religiosa, moeda de troca, fonte de renda... além de ter poderes de cura!
Falando nos Gauleses... a cerveja era considerada uma poção mágica para resistir a invasão romana! Lembra da história do Asterix e Obelix? Pois bem! Eles são gauleses! Os gauleses consideravam a cerveja no século IV a.c como sua bebida nacional, o termo "cerevisia" que dá origem a palavra cerveja em português, tem origens latinas e significa força. Os monges foram os primeiros cervejeiros reconhecidos e conservaram seu monopólio até o reinado de Luis XIV (longoooo período).

Lúpulo

Foi no século VIII d.c (já na Idade Média) que o Lúpulo, planta conhecida por suas virtudes antissépticas fez sua aparição na fabricação da cerveja e a conferiu seu delicioso amargor e aumentam a durabilidade.  A fabricação então se transforma em uma arte particularmente sutil. Os monges se mostraram experts da fabricação e certos nomes de abades atravessaram séculos. Durante toda a Idade Média, a cerveja floresceu principalmente no Norte da Europa nos Povos Anglo-Saxons. Em 1516 o Duque Guilherme da Baviera institui a "Lei da Pureza", essa afirmava que a cerveja só poderia ser feita de malte de cevada, lúpulo e água.
A bebida fermentada conhece inúmeros adeptos na Alemanha e são eles que lhe deram seu nome atual: Bier, que se transforma em Beer (no inglês), Bière (francês) Birra (italiano). Do século IX ao século XIV a cerveja era principalmente fabricada pelos monges. Os leigos deviam pagar uma taxa aos monges ao fazer sua própria cerveja, o direito de Gruyt.
Paralelamente aos monastérios, a fabricação artesanal se desenvolve com o passar do tempo, as receites passam de pai para filho.

Louis Pasteur

A cerveja era fermentada nos meses de inverno para aproveitar as baixas temperaturas: a cerveja de março tinha boa reputação, ela era fabricada com as colheitas novas de cevada de setembro e com o lúpulo de outubro, o frio do inverno permitia uma fermentação mais controlada. Foi somente no fim do século XIX que duas descobertas revolucionaram a arte da produção de cerveja. Ferdinand Carre inverta o frio artificial em 1857 e em 1876 a pedido de cervejeiros do Norte da França Louis Pasteur publica seu famoso "Tratado da cerveja", ele estudou os mínimos detalhes da cerveja e descobre microrganismos na forma de leveduras selvagens e bactérias selvagens responsáveis pela alteração do gosto da cerveja. Esquentando a cerveja a uma certa temperatura (40°C) esses microrganismos são eliminados e a cerveja tem garantida sua estabilidade e qualidade, foi o nascimento da técnica da pasteurização.

Região Baviera Alemanha

Os conhecimentos científicos se aceleram, a cerveja Pilsen produzida na cidade de Pilsen na República Tcheca afirma-se deliciosa, feita com água da Boêmia (região da República Tcheca) que tem poucos sais minerais. Em Munique na Alemanha, a cerveja escura é excelente graças a água rica em calcário da região da Baviera.
Para os cervejeiros e todos os amantes da cerveja, os avanços científicos são uma revolução! Essa bebida frágil poderia agora ser conservada e consumida longe do lugar de sua fabricação. O desenvolvimento das industrias de vidro, dos aparelhos de filtração, do engarrafamento e refrigeração permitem o acréscimo de qualidade na produção.
Atualmente o gosto da cerveja se tornou mais suave atraindo uma nova clientela. A produção e distribuição da cerveja é dada em grande escala, assim chegamos a cerveja de hoje em dia, uma cerveja de diferentes gostos e consumida em todo o planeta, depois do chá e café é a bebida mais consumida no mundo.

Referencias
Site Museum Agropolis
Site Univers Bière
Site Association Brasseurs de France